5 Formas que a Ciência aponta para ajudar a diminuir a procrastinação

Introdução

A procrastinação é um fenômeno que afeta muitas pessoas, seja no ambiente de trabalho, na vida acadêmica ou mesmo em atividades pessoais. Vencer a procrastinação não é uma tarefa fácil, mas a ciência oferece algumas respostas úteis. Neste blog, vamos explorar cinco técnicas baseadas em pesquisas científicas que podem ser eficazes para superar a procrastinação.

O que é a procrastinação

A procrastinação pode ser definida como o hábito de adiar intencionalmente tarefas ou decisões, mesmo sabendo que essa demora pode resultar em sentimentos negativos ou consequências desfavoráveis. Por exemplo, um estudante pode adiar o início dos estudos para uma prova importante, escolhendo navegar nas redes sociais em vez disso, ou um profissional pode postergar a entrega de um projeto, mesmo ciente dos prazos apertados e das expectativas de seus colegas de trabalho. Esses comportamentos acabam por criar um ciclo de estresse, culpa e baixa produtividade, que alimenta ainda mais a procrastinação.

1. Meditação Mindfulness

A Meditação Mindfulness é uma técnica regularmente implementada na Universidade de Buckingham, na Inglaterra, para ajudar estudantes e professores a superar a procrastinação. Diversos estudos sugerem que essa prática pode trazer uma série de benefícios para a saúde mental, incluindo a capacidade de focar nos trabalhos a serem realizados.

Por exemplo, ao aplicar a técnica de Meditação Mindfulness, um estudante universitário enfrentando dificuldades em começar a preparação para exames pode se beneficiar enormemente. O processo começa com dedicar alguns minutos diariamente para meditar, focando a atenção plenamente no momento presente, sem julgamentos. Isso ajuda a clarear a mente, reduzir a ansiedade e aumentar a concentração. Esse estudante, ao praticar regularmente, notará uma melhoria significativa na capacidade de iniciar e completar tarefas, pois a mente estará mais preparada para enfrentar os desafios sem cair nas armadilhas da procrastinação. Da mesma forma, um profissional que adota a Meditação Mindfulness no seu dia a dia pode encontrar maior facilidade em gerenciar seus prazos, mantendo-se mais focado e menos propenso a adiar tarefas importantes.

Como Funciona

A meditação mindfulness envolve estar presente no momento, concentrando-se em sua respiração e aceitando pensamentos e sentimentos sem julgamento. Estar ciente do que está acontecendo dentro e ao seu redor pode ajudá-lo a tomar decisões mais conscientes sobre como gastar seu tempo e energia.

Para quem está iniciando na prática de Meditação Mindfulness, pode começar de maneira simples. Por exemplo, um estudante assoberbado com a proximidade de exames pode dedicar cinco minutos de sua manhã para sentar em um local tranquilo, fechar os olhos e focar inteiramente na respiração. Durante esse tempo, é comum que pensamentos sobre estudos, obrigações ou outras preocupações surjam. A chave aqui é observar esses pensamentos sem se envolver com eles, permitindo que passem como nuvens no céu, e trazer a atenção de volta para a respiração. Esse breve momento de pausa e introspecção pode reduzir significativamente a ansiedade e melhorar a concentração para o restante do dia.

Da mesma forma, um profissional que enfrenta a procrastinação no ambiente de trabalho pode aplicar técnicas similares. Antes de começar o dia de trabalho, pode-se reservar um momento para praticar mindfulness, focando na respiração e estando plenamente presente. Ao encontrar-se diante de uma tarefa desafiadora, em vez de optar pela procrastinação, pode-se fazer uma pausa curta para uma sessão de meditação, ajudando a clarear a mente e reorientar o foco para a tarefa em mãos. Essa abordagem prática não apenas aumenta a produtividade, mas também contribui para uma maior estabilidade emocional e redução do estresse relacionado ao trabalho.

2. Divisão de Tarefas

O método de Divisão de Tarefas é uma técnica empregada na Universidade de Warwick para ajudar os estudantes a gerenciar sua carga de trabalho de forma mais eficiente. Dividir tarefas grandes e intimidadoras em partes menores e mais gerenciáveis pode aliviar o estresse e tornar a procrastinação menos atraente.

Quando falamos em Divisão de Tarefas, um exemplo prático pode ser um estudante universitário lidando com a preparação de uma tese de final de curso, que parece uma montanha intransponível. Ao invés de encarar a tarefa como um todo, ele pode começar dividindo-a em etapas menores, como seleção do tema, revisão de literatura, elaboração da metodologia, coleta de dados, análise dos resultados, e redação dos capítulos. Cada uma dessas etapas pode ser subdividida em tarefas ainda menores, que podem ser distribuídas ao longo de dias ou semanas, de acordo com o cronograma do estudante. Por exemplo, a etapa de revisão de literatura pode começar com a definição de palavras-chave para a pesquisa, seguida pela busca de artigos relevantes, sua leitura crítica, e, finalmente, o resumo dos pontos chave. Esta abordagem faz com que o processo pareça menos intimidador e mais factível, aumentando a probabilidade de o estudante começar e continuar trabalhando no projeto.

Por outro lado, no ambiente de trabalho, um gerente que precisa elaborar um relatório anual complexo pode aplicar a mesma técnica. Inicialmente, ele pode definir as seções principais do relatório e, posteriormente, quebrar cada seção em tarefas específicas, como coleta de dados de vendas, análise de desempenho do produto, revisão de feedback dos clientes, e assim por diante. Estabelecendo prazos para cada pequena tarefa e dedicando blocos de tempo específicos para sua realização, o gerente pode tornar o processo mais administrável, evitando a procrastinação e facilitando a concentração nas tarefas em mãos. Este método traz uma sensação de progresso e conquista, o que pode ser extremamente motivador e reduzir significativamente a ansiedade relacionada à grandes projetos.

Como Implementar

A técnica do “mind mapping” é uma maneira eficaz de dividir as tarefas. Comece com a tarefa principal no centro do mapa e depois ramifique em sub-tarefas menores. Trabalhar em pedaços menores torna a tarefa menos esmagadora e mais fácil de começar.

Utilizando o exemplo do estudante universitário preparando-se para uma tese, vamos aprofundar na aplicação do “mind mapping” para a seleção do tema. Imagine que o tema central seja “Impactos do Aquecimento Global”. Ao criar um mapa mental, o estudante pode derivar ramificações como “Causas do Aquecimento Global”, “Efeitos do Aquecimento Global sobre os Ecossistemas”, “Políticas Públicas para Mitigação” e “Tecnologias Verdes”. A partir dessas ramificações, é possível subdividir ainda mais, por exemplo, em “Efeitos do Aquecimento Global sobre os Ecossistemas”, pode-se listar sub-tópicos como “Desertificação”, “Perda de Biodiversidade”, “Acidificação dos Oceanos”, etc. Esta abordagem permite que o estudante visualize claramente todas as componentes do tema, facilitando a tarefa de eliminar ou adicionar áreas conforme necessário, além de ajudar na organização da pesquisa e na escrita do trabalho, tornando o processo menos intimidador e mais estruturado.

No contexto profissional, considerando o gerente preparando um relatório anual complexo, o “mind mapping” pode ser aplicado para esquematizar as seções do relatório. Se o objetivo é avaliar o desempenho da empresa, o mapa poderia iniciar com “Avaliação de Desempenho” como centro, e ramificações para “Vendas por Região”, “Desempenho de Produtos Novos vs. Estabelecidos”, “Feedback de Clientes”, entre outros. Sob “Vendas por Região”, poderiam ser adicionadas subcategorias específicas, como “América do Norte”, “Europa”, “Ásia”, etc., com cada uma sendo desdobrada em análises mais detalhadas de vendas, desafios encontrados, e estratégias adotadas. Dessa forma, o gerente consegue não apenas visualizar as tarefas de maneira clara e organizada, mas também identificar áreas onde a equipe pode precisar concentrar mais esforços ou ajustar estratégias, tornando o processo de elaboração do relatório mais eficiente e menos propenso a procrastinação.

3. Evitar a Auto-Punição

De acordo com um estudo da Universidade Carlton, no Canadá, a auto-punição excessiva por procrastinar pode levar a mais atrasos. A culpa e a vergonha podem intensificar o ciclo de procrastinação, ao invés de interrompê-lo.

Uma maneira eficaz de evitar a auto-punição é estabelecer um sistema de recompensas para a conclusão de tarefas. Por exemplo, após a conclusão de cada etapa do projeto, como mencionado no exemplo da elaboração do relatório anual pelo gerente, ele poderia se permitir uma pequena pausa, um lanche favorito ou até mesmo assistir a um episódio curto de uma série como recompensa. Esse sistema de recompensas motiva a continuidade e conclusão das tarefas, diminuindo o impulso para procrastinar.

Da mesma forma, o estudante trabalhando em sua tese pode estabelecer recompensas por cada parte do projeto finalizada, seja lendo um capítulo de um livro por prazer após concluir a revisão de literatura ou saindo com amigos após finalizar a coleta de dados. Isso não só ajuda a manter um equilíbrio saudável entre trabalho e lazer mas também cria um sentimento positivo associado à conclusão de tarefas, que pode ajudar a quebrar o ciclo de culpa relacionado à procrastinação.

Abordando a Culpa

Em vez de se punir, tente reconhecer que a procrastinação é um comportamento comum e que seu valor não é determinado pela sua produtividade. A autocompaixão pode ser um antídoto eficaz para a auto-punição.

Praticar a autocompaixão pode envolver exercícios simples de mindfulness e reflexão, que ajudam a entender os motivos por trás da procrastinação e a desenvolver uma atitude mais gentil consigo mesmo. Por exemplo, se um estudante se sente sobrecarregado pela magnitude da sua tese e começa a procrastinar, ele pode tirar um momento para meditar, reconhecendo seus sentimentos sem julgamento. Durante este período de reflexão, ele pode lembrar-se das etapas já concluídas com sucesso e relembrar que cada pequeno passo é um progresso significativo. Da mesma forma, um profissional que adia a elaboração de um relatório pode se beneficiar ao anotar ou falar sobre as preocupações específicas que estão causando a procrastinação, reconhecendo as conquistas até o momento e planejando pequenas ações imediatas que podem ser realizadas sem grande esforço. Estes exercícios praticam a autocompaixão e a autoaceitação, enfatizando que está tudo bem em ter momentos de baixa produtividade e que cada esforço, independente do tamanho, contribui para o objetivo final.

4. Pensar no Futuro

Pensar em seu “eu” futuro e nas consequências e estresse que ele enfrentará se suas tarefas não forem concluídas a tempo pode ajudar a superar a procrastinação.

Uma técnica que pode ser particularmente eficaz é a visualização do “eu futuro”. Por exemplo, o estudante que trabalha em sua tese pode dedicar alguns momentos para visualizar a si mesmo no dia da defesa, apresentando seu trabalho completo e sendo congratulado por seus orientadores e colegas. Ele pode imaginar o alívio e a satisfação de ter superado todos os obstáculos, bem como os benefícios a longo prazo de concluir seu curso com sucesso, como melhores oportunidades de emprego e realização pessoal.

Da mesma forma, o gerente elaborando o relatório anual pode visualizar o momento em que apresentará os resultados à diretoria, destacando os sucessos alcançados e as estratégias que contribuíram para tal. Ele pode pensar na valorização profissional que isso pode trazer, como o reconhecimento por sua competência e dedicação, e até mesmo uma possível promoção ou aumento salarial. Esta prática de visualizar o sucesso e as recompensas futuras pode servir como uma motivação poderosa, encorajando tanto o estudante quanto o profissional a tomar ações imediatas em direção ao cumprimento de suas tarefas, em vez de sucumbir à procrastinação.

Visualizando o Futuro

Imagine como você se sentirá se não completar a tarefa. Esta estratégia pode motivá-lo a iniciar o trabalho agora em vez de deixá-lo para depois, evitando o estresse e a ansiedade associados à procrastinação.

Para ilustrar o poder da visualização do futuro, vamos considerar o exemplo do estudante trabalhando em sua tese. Imagine que ele esteja lutando contra a procrastinação e tendo dificuldade em iniciar a revisão de literatura. Ao sentar-se para uma sessão de visualização, ele pode se imaginar no futuro, no dia da defesa de sua tese, explicando de maneira fluente e confiante suas descobertas e análises a um comitê atento. Ele visualiza os sorrisos de aprovação de seus orientadores e recebe elogios pela profundidade de sua pesquisa. Esse momento de reconhecimento e sucesso serve como um motivador incrível. Inspirado por essa visão, ele então decide quebrar a revisão de literatura em tarefas menores, dedicando-se a completar uma seção por dia, levando a um progresso incremental, mas significativo.

Da mesma maneira, o gerente trabalhando em seu relatório anual pode se sentir sobrecarregado pela quantidade de dados a serem compilados e analisados. No entanto, ao dedicar um momento para visualizar a apresentação do relatório final à diretoria e aos acionistas, ele imagina o reconhecimento de seu trabalho árduo e estratégico. Ele vê os gráficos de desempenho positivo sendo destacados, sua equipe recebendo elogios e ele mesmo sendo parabenizado por liderar os projetos com sucesso. Essa imagem positiva do futuro reafirma a importância de cada etapa do relatório e o motiva a estruturar suas tarefas diárias de maneira mais eficiente, superando a procrastinação.

Tais exemplos práticos demonstram como a visualização do sucesso futuro pode transformar a procrastinação em produtividade, incentivando indivíduos a agirem de forma proativa para alcançar seus objetivos.

5. Celebrar o Progresso

Comemorar pequenas vitórias e se recompensar pode aumentar a motivação e a produtividade. Cada tarefa concluída é um passo na direção certa, e reconhecer esse progresso pode ajudar a manter o ímpeto.

Pequenas recompensas podem assumir diversas formas, desde uma pausa para um café após uma hora de trabalho concentrado até uma noite de cinema depois de completar um grande marco no projeto. Por exemplo, o estudante que está trabalhando duro em sua tese pode decidir se presentear com uma tarde livre para praticar seu hobby favorito, como forma de celebração após concluir um capítulo importante. Isso não apenas lhe dá algo pelo qual ansiar, mas também reforça a ideia de que o trabalho árduo tem suas recompensas. Da mesma forma, o gerente que conseguiu finalizar o relatório anual dentro do prazo pode comemorar com sua equipe, organizando um almoço especial para reconhecer o esforço coletivo. Essas celebrações ajudam a criar uma cultura de apreciação do progresso e incentivam a continuidade do bom trabalho. Esses exemplos práticos mostram que, ao celebrar cada etapa alcançada, reforçamos a motivação pessoal e coletiva, mantendo o foco e a energia para perseguir os próximos objetivos.

Recompensar-se

Estabeleça recompensas para a conclusão de cada tarefa. Isso pode ser qualquer coisa que você goste, como tomar um café, dar uma volta ou assistir a um episódio de sua série favorita.

A importância de recompensar-se após a conclusão de tarefas não deve ser subestimada. Tomemos, por exemplo, o caso do estudante trabalhando em sua tese. Após finalizar um capítulo significativo, ele decide se presentear assistindo a um filme que estava ansioso para ver. Este ato de recompensa serve como uma pausa mental, permitindo-lhe descansar e recarregar as energias antes de mergulhar no próximo capítulo de sua pesquisa. Este pequeno momento de lazer é um reconhecimento de seu próprio esforço e dedicação, aumentando sua motivação para continuar.

Da mesma forma, o gerente que conseguiu terminar o relatório anual no prazo pode tratar sua equipe com um café da manhã especial. Esse gesto de apreciação não apenas celebra a conclusão bem-sucedida de um projeto desafiador, mas também fortalece os laços da equipe, incentivando a cooperação e o trabalho duro no futuro. Estes são exemplos práticos de como recompensar-se e comemorar as conquistas pode transformar a maneira como enfrentamos nossas tarefas, tornando o processo mais agradável e sustentável.

Conclusão

A adoção de estratégias eficazes contra a procrastinação é fundamental para impulsionar a nossa produtividade e alcançar nossos objetivos. Seja visualizando o sucesso futuro, celebrando cada progresso ou recompensando-se por tarefas concluídas, cada ação tem o potencial de nos aproximar cada vez mais de nossas metas. Essas práticas, quando implementadas de maneira consistente, não apenas aumentam nossa eficiência, mas também melhoram nosso bem-estar emocional e nossa satisfação pessoal. Portanto, encorajo cada indivíduo a experimentar essas técnicas e encontrar aquelas que melhor se adaptam ao seu próprio estilo de vida e objetivos. Lembre-se, a chave para superar a procrastinação e maximizar a produtividade está em um compromisso contínuo com o progresso pessoal e profissional.

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